Que tal proporcionar aquelas mudanças tão necessárias na qualidade de vida do seu animal de estimação?
Sei que muitas criaturas cuidadoras reconhecem e desejam promover mudanças na sua forma de cuidar, melhorando a dieta, deixando de medicar tanto seus bichos, usando petiscos mais saudáveis, promovendo mais passeios e atividades físicas aos seus peludos, mas a transformação, o momento certo, o sinal divino, a segunda feira ideal ou o “ano que vem” pra dar essa guinada na forma de encarar, cuidar e alimentar seus peludos é você que tem que criar. Certamente tudo tem a sua hora e você precisa primeiro estar antenado e aberto para alterações tão importantes na sua rotina e na sua forma de cuidar! É tempo de elaborar projetos, determinar metas e adubar o terreno para ser semeado no contexto da promoção da saúde, na profilaxia verdadeiramente eficiente e na retomada da saúde quando desequilíbrios, patologias crônicas e disfunções orgânicas já estiverem estabelecidas. Seja para prevenir como para tratar nossos pequenos amigos, mudanças importantes devem ser efetuadas para transformarmos nosso cuidar em algo especial e capaz de realmente efetuar mudanças significativas de qualidade de vida e bem-estar.
E por que você deve fazer modificações na forma de cuidar do seu animal de estimação?
Porque os protocolos atuais de cuidados, sejam dietéticos, sejam de profilaxia ou tratamento de doenças, sejam de manejo comportamental que dificilmente é abordado em consultas clínicas, são exatamente o que vai trazer ao seu amigo qualidade e expectativa de uma vida saudável. Infelizmente nas universidades, nós veterinários aprendemos a lidar com doenças conforme protocolos medicamentosos e sem muita preocupação com promoção de saúde. A maior preocupação parece ser em medicar para desaparecer com os sinais e sintomas, sem, todavia, compreender o processo de adoecimento do paciente e auxiliá-lo a corrigir esse trajeto.
Promover saúde é muito diferente de usar alimentos processados na forma de ração, vacinas anuais, vermífugos trimestrais, controle de pulgas e carrapatos com inseticidas disfarçados de remédio, banhos semanais com shampoos que custam perto de 100 reais e dar medicamentos de forma abusiva buscando controlar doenças. Se assim fosse os tutores que gastam horrores por ano seguindo esses protocolos não estariam desesperados buscando soluções naturais para uma enxurrada de doenças inflamatórias crônicas que não foram evitadas com esses protocolos e evoluíram para doenças degenerativas, metabólicas, autoimunes, neoplásicas e tantas outras. Também não teríamos agendas cheias de tutores desesperados em busca de uma saída pra doenças que apareceram depois de anos sem uma real abordagem preventiva
Recebemos em consultoria tutores preocupados com os diagnósticos e medicalizações em demasia, relatam não saber o que pode ter acontecido com seu peludo já que até pouco tempo atrás estava tudo PERFEITO e agora receberam diagnósticos de patologias estabelecidas, órgãos e funções alteradas gerando sintomas antes invisíveis. A grande maioria das doenças crônicas cursam de forma silenciosa e não são causadas por vírus, bactérias e vermes, são causadas sim pela sobrecarga dos sistemas, por dietas absolutamente inadequadas à espécie em questão, pelo desequilíbrio dos microbiomas orgânicos que deveriam manter os órgãos e sistemas funcionando de forma equilibrada, por inflamações que se estabelecem, evoluem e chegam ao seu extremo, não de uma hora pra outra, mas sim porque os sinais iniciais foram negligenciados como sinais importantes e tratados como eventos agudos isolados.
Doenças chamadas de origem idiopática (“desconhecida”), as crônicas degenerativas progressivas, as endócrinas, as metabólicas, as nutricionais e outras, poderiam ter sido evitadas na grande maioria das vezes apenas com mudanças do manejo do paciente, instruindo aos tutores a forma correta de alimentar, como prevenir sem sobrecarregar e usando ingredientes simples e eficientes, assim como indicando a correção do peso, o uso da atividade física, social e cognitiva, a castração na fase fisiológica correta, o enriquecimento ambiental e exercícios físicos diários como forma de administrar o estresse e tantas outras ferramentas que poderiam realmente ter promovido saúde em lugar de silenciar sinais e sintomas momentaneamente.
Dra Carmem Coca
Médica Veterinária Integrativa
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