sábado, 24 de maio de 2014

CACHORRA DE TERAPIA AJUDA SOLDADOS A LIDAREM COM TRAUMA PÓS GUERRA

O trabalho de uma cachorra está ajudando soldados norte-americanos a lidar com o estresse 






Lexy, que tem 5 anos de idade e é da raça pastor alemão, passou por dois anos e meio de treinamento para se tornar uma cachorra de terapia. Ela trabalha na base militar de Fort Bragg, na Carolina do Norte.

Segundo o psiquiatra major Christine Rumayor, Lexy é uma companheira, um ótimo tema para iniciar a conversa e uma “ferramenta médica viva”, que acalma o paciente e deixa a terapia mais agradável.
Porém, ainda são poucas bases militares norte-americanas que utilizam a terapia com animais para diminuir o estresse pós-guerra.
A escolha de Lexy para cachorra de terapia foi inesperada. Rumayor colocou a cadela para outro tipo de treinamento quando ainda era filhote, quando percebeu que seu jeito não era para cão de guarda porque era mais calma. Agora ela é Tenente-Coronel e se tornou a única cachorra de terapia de Fort Bragg, com direito a certificado.
E os soldados garantem que Lexy melhora a terapia. O sargento Dennis Swols, que passou por três serviços no Iraque e três no Afeganistão,fala sobre a cachorra : " Eu tenho dificuldade de falar com as pessoas sobre meus serviços e tudo o mais . Mas com ela aqui, eu só faço carinho em Lexy .
E só fico sentado e nós não falamos sobre os serviços, nós só falamos sobre a cachorra... meu dia fica sempre melhor toda vez que venho" .





 









 


terça-feira, 20 de maio de 2014

CACHORRO VEGETARIANO ?


           Foto arquivo pessoal: Canil Serra da Bocaina


             Foto arquivo pessoal: Canil Serra da Bocaina




 Cachorros e homens vivem juntos há pelo menos 12
 mil anos, numa relação contínua que se revelou
 benéfica para as duas espécies. Sem a proteção do
 homem, dificilmente o cão teria chegado aos dias
 atuais. Não era um predador de sucesso. Mas
 revelou-se brilhante no poder de transmitir conforto e
 confiança aos seres humanos – e de acompanhar as
 mudanças de seus hábitos e valores. 

 O bicho ganhou um papel afetivo que antes era
 desempenhado por parentes e vizinhos. Agora, o
 poder de adaptação dos cachorros está novamente
 em teste. Pessoas que não querem comer carne – por
 implicar a morte de um outro ser vivo – estão
 impondo a seus cães domésticos dietas vegetarianas
 ou veganas, ainda mais radicais. Os veganos não
 comem nenhuma espécie de proteína de origem
 animal, como leite.
 
 Aplicar esses valores aos animais de estimação
 representa, para muitos, uma manifestação de
 respeito. Mas obrigar cães e gatos a viver de vegetais
 e passar o dia sozinhos dentro de apartamentos
 representa uma prova de carinho?

A treinadora de animais Ana Aleirbag, de 22 anos, não
 come um único pedaço de carne desde 2007. Nem ela
 nem seus seis cães. Ana estendeu aos bichos de
 estimação a dieta vegetariana que adotou para si
 mesma, na mesma época. “Era incoerente eu não
 comer carne e dar uma ração com restos de
 cadáveres para minha melhor amiga”, diz, referindo-
se a Fly, uma cadela da raça border collie de 5 anos.
 “Consultei o veterinário, planejei a transição alimentar
 e nenhum deles estranhou a mudança.” 

 Eles obviamente não teriam meios de se queixar, mas
 é provável que adoecessem se a troca de dieta fosse
muito nociva. Ana serve uma porção de
 ração vegetariana misturada a frutas. Em horário
 alternado, dá leite de vaca, iogurtes e queijo branco –
 fontes de cálcio e proteína animal.

 O desenvolvedor de software curitibano Anderson dos
 Santos, de 27 anos, foi além. Impôs a sua vira-lata
 Cindy uma alimentação vegana – ou seja,
 inteiramente à base de vegetais, sem nenhuma
 proteína de origem animal. “Não tinha cabimento
 causar sofrimento a um bicho para alimentar outro”,
 diz Santos. Isso foi há cinco anos. Hoje tem outros
 dois cães veganos. Para propagar a filosofia, traduziu
 para o português o livro Cães veganos: nutrição com
 compaixão, do veterinário e pesquisador James
 O’Heare. “Hoje, eu mesmo fabrico a ração caseira
 com suplementos de cálcio, vitamina B12 e zinco”,
 afirma Santos. 

 O mais famoso cão vegano do mundo
 foi a cadela Bramble. Quando morreu, em 2003, ela
 somava 27 anos e 11 meses de vida – o terceiro cão
 mais longevo registrado pelo Guinness book.
 Alimentava-se de uma pasta com arroz integral,
 lentilhas e vegetais orgânicos. Sua dona, a inglesa
 Anne Heritage, de 52 anos, é vegana radi-cal. “Ela
 viveu feliz”, disse na ocasião da morte.


 Mas, esperem um pouco – não há algo de estranho
 nessa aparente normalidade? Cães pertencem, por
 definição, à ordem dos carnívoros – junto com os
 felinos. O poodle cheiroso que dorme no sofá da sala
 é geneticamente da mesma espécie do lobo
 selvagem, que se alimenta de carne. Aquilo que se
 chama erroneamente de Canis lupus familiaris, o cão
 doméstico, é uma invenção humana sem
 correspondência exata na natureza. 

 Cientificamente, só há o Canis lupus, que se
 apresenta em vários formatos. Todos eles são
 carnívoros. Transformá-los em onívoros como nós,
 criaturas que comem de tudo foi o primeiro passo da
 humanização alimentar desses animais. Torná-los
 vegetarianos, e, agora, veganos, apenas aprofunda o
 fenômeno conhecido como antropomorfização – a
 compulsão de imputar atitudes e sentimentos
 humanos ao que nos cerca no mundo natural. No
 passado, fizemos isso criando deuses com
 características humanas. Agora, humanizamos os
 cachorros.

“Todo dia alguém me pergunta ‘Como alimentar meu
 animal sem carne’”, diz Andrew Knight, veterinário,
 especialista em bioética e pesquisador do Centro
 Oxford para Ética Animal. Andrew mantém um site
 em cinco línguas sobre o tema (vegepets.info), com
 mais de 5 mil acessos diários – só do Brasil são
 registradas 800 visitas por semana. 
 
O hábito de alimentar animais com vegetais começou 
nos Estados Unidos, no fim dos anos 1960. Grupos de 
veganos radicais passaram a considerar natural 
alimentar seus bichos de estimação com sua própria 
dieta – impondo a criaturas irracionais uma interdição
ética ou religiosa essencialmente humana. Como
outros orientalismos, esse também é uma
invenção que nada tem a ver com a religião ou a ética
originais. 

 Na Índia, berço das crenças hinduístas abraçadas no
 Ocidente, cães e gatos não são tratados com cuidados
 humanos. “Algumas tradições hindus os veem como
 animais impuros. São maltratados mesmo”, diz o
 paulistano Erick Schulz, diretor do Instituto de Cultura
 Hindu Naradeva Shala, em São Paulo. “Lá tem
 veterinário para cavalo e para elefante, mas são raros
 os veterinários que atendem cães e gatos.”

 Os cães e os gatos da Índia comem carne à vontade,
 embora a população de religião hinduísta não coma.
 “A cultura hindu respeita o animal como realmente é:
 se ele é carnívoro, come carne, se não é, não come”,
 diz Schulz.
 

 A dieta vegetariana para cães e gatos tem fortes
 opositores – mesmo entre vegetarianos. Presidente
 da Sociedade União Internacional Protetora dos
 Animais (Suipa), com sede no Rio de Janeiro, Izabel
 Cristina Nascimento tem 60 anos e não come carne
 desde os 18. Nem por isso acha razoável impor sua
 dieta a um cão. “Como posso levar meu cachorro a
 comer cenoura e soja? O animal tem o dente canino
 mais acentuado justamente para comer carne”, diz
 ela. 
 
 Aulus Cavalieri Carciofi, médico veterinário
 especialista em nutrição de cães e gatos da
 Universidade Estadual Paulista (Unesp), é vegetariano
 há 20 anos. Seus quatro cães, não. “Não como carne
 porque não quero matar animais. Mas para conviver
 com eles é preciso entendê-los”, afirma. “Se a ideia
 de permitir a entrada de carne em qualquer forma em
 casa é inaceitável para um vegetariano, que ele tenha
 um bicho com outros hábitos. Um passarinho, por
 exemplo.”




    Ana Rosa Figueira 


CÃES SÃO ANIMAIS ONÍVOROS OU CARNÍVOROS ?

 


 Há assuntos que continuamente ressurgem entre

 vegetarianos, defensores dos direitos animais e o público

 em geral. Um desses assuntos se refere ao status de cães

 em relação aos seus hábitos alimentares: se cães são

 carnívoros ou onívoros. 


 Para efeitos de classificação, cães são animais mamíferos
 pertencentes à Ordem Carnívora. Essa é uma ordem
 bastante diversificada de mamíferos, mais de 260 espécies,
 que partilham entre si um ancestral comum próximo, além
 de algumas características físicas comuns a quase todas as
 espécies (pés com quatro ou cinco dedos, unhas em forma
 garras, dentes adaptados para cortar, com a presença de
 caninos fortes, cônicos e pontiagudos).

 Taxonomistas tem consciência de que o termo aplicado à
 Ordem - Carnivora - está defasado. A denominação até hoje
 presente é antiga (1821) e se baseia no hábito alimentar
 predominante dentro do grupo.  Hoje se reconhece que
 chamar a uma ordem de mamíferos Carnívoros gera
 confusão, porque se por um lado o nome permite agrupar
 familias aparentadas, por outro ela pretende nos dizer o que
 esses animais comem, o que não pode ser generalizado.


 Não existe uma ordem de mamíferos chamada herbívora e
 uma outra chamada onívora. Animais são classificados com
 base em seus ancestrais comuns e suas características
 físicas, não com base em seus hábitos alimentares. Assim,
 dentro da maioria das ordens de mamíferos há animais que
 consomem carne ou insetos e por outro lado há, dentro da
 Ordem Carnívora, animais que nunca ou quase nunca
 consomem carne.

 Há Mamíferos Carnívoros que pelo seu hábito alimentar na
 natureza são carnívoros obrigatórios (felinos, furões, ursos
 polares, focas, etc), outros consomem parte de sua dieta em
 carne e parte em vegetais e por isso devem ser
 considerados  taxonomicamente carnívoros, embora com
 hábitos onívoros (ursos, guaxinins, quatis, canídeos, etc) e
 alguns deles, inclusive, alimentam-se basicamente de
 vegetais (urso-panda).

O lobo cinzento (Canis lupus), espécie da qual deriva o cão
 doméstico, é uma espécie carnívora com hábitos alimentares
 onívoros. Animais que habitam regiões temperadas do
 hemisfério norte, alimentam-se principalmente da carne de
 caça, mas  grupos que habitam regiões mais quentes e com
 maior disponibilidade de vegetais consomem também
 vegetais, embora não exclusivamente.

O lobo guará (que apesar do nome não é um lobo) é um
 canídeo brasileiro cuja dieta, em sua maior parte, é
 constituída de frutas, tubérculos, cana-de-açúcar e mel.
 Pequenos animais, ovos e insetos também são consumidos,
 mas representam um papel secundário na alimentação como
 um todo.

Cães domésticos são taxonomicamente mamíferos carnívoros
 da família canídae. Isso não diz nada sobre sua dieta.  Há
 cães que se adaptam bem ao consumo de frutas e legumes,
 cereais, leguminosas e sementes. Outros preferirão uma
 dieta exclusivamente constituída de carne, quanto muito
 aceitarão arroz ou algum legume se estiver muito bem
 misturado à mesma. Tudo isso tem mais a haver com o
 costume do que com uma necessidade biológica.

 Cães domésticos podem ser acostumados ao consumo de
 alimentos exclusivamente vegetais.  Para isso, porém, faz-se
 necessário que este alimento lhes seja oferecido em
 composição de nutrientes balanceada para atender às suas
 necessidades fisiológicas.  O alimento deve ser preparado de
 modo a conter todos os aminoácidos essenciais que não são
 sintetizados pelo organismo do animal. Deve conter, ainda,
 todos os lipídeos, vitaminas e minerais necessários para a
 manutenção de sua boa saúde. O alimento deve, também,
 estar disponível em uma versão sensorialmente agradável ao
 animal. Isso pode ser conseguido de diferentes formas.

           Foto arquivo pessoal:   Canil Serra da Bocaina


Há uma discussão pseudo-ética e pseudocientífica em relaçãoà nossa prerrogativa em alterar os hábitos alimentares de cães domésticos. Se temos esse direito ou não pode-se realmente discutir, mas a verdade é que todas as pessoas que mantém esses animais alteram seus hábitos. Na natureza cães/lobos perseguiriam bois almiscarados, veados, coelhos e aves diversas. Os abateriam e consumiriam sua carne, especialmente os órgãos moles, sem limpar.
Uma pessoa que crie cães, mesmo que os alimente com
 carne, não estará o alimentando com a carne de caça, com
 os cortes que eles naturalmente escolheriam. Não estará
 lhes permitindo caçar, consumir o conteúdo estomacal do
 animal, sua pele e os tendões. A dissonância é ainda maior
 nos casos em que se alimenta o animal com rações
 comerciais e em lata, que são de qualquer forma
 constituídas de sobras de matadouros, farelos de milho e
 soja, quirera de arroz, cenoura, ervilha e muitos
 conservantes.
A alteração do comportamento não se encerra por aí. Não
 permitimos aos cães expressarem seu comportamento
 natural quando os criamos em chãos cimentados ou de piso,
 quando não os permitimos cavocar na terra, rolar na
 carniça, entrar em lagoas, ter contato com outros cães ou
 copular segundo seu próprio arbítrio. Contrariamos sua
 natureza quando mandamos que parem de latir, quando lhes
 damos banhos, quando escolhemos aonde que eles devem
 defecar e urinar, quando limitamos sua movimentação e seu
 acesso à relva.  Não me entendam mal, sei que esse é o
 preço da domesticação. Se não fizéssemos todas essas
 coisas, a convivência com cães não seria tão fácil.


           Foto Arquivo pessoal: Canil Serra da Bocaina 



Então sim, entendo a aflição das pessoas que se opõe à
 manutenção de cães com dietas vegetarianas. Entendo e
 questiono, pois essa é uma aflição não refletida. Ninguém
 que conheço, vegetariano ou não, permite aos seus cães
 expressarem seu comportamento de maneira natural. Há
 mais de 20 anos que não conheço alguém que crie cães com
 outra coisa que não seja ração. Rações podem ser boas ou
 ruins, mas isso nada tem a haver com serem rações
 vegetarianas ou não. Rações precisam ser balanceadas, elas
 precisam ter uma quantidade adequada de carboidratos,
 proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais. Isso pode ser feito
 utilizando-se ingredientes de origem animal ou não. De toda
 forma não é a dieta natural que o animal seguiria, se tivesse
 a opção.




Ana Rosa Figueira 







Cão Senso - John Bradshaw

    Livro muito interessante sobre adestramento positivo. John Bradshaw reúne as pesquisas mais recentes sobre os cães, desmistificando conc...